Geração 2, 3 anos
A moda agora são os textos e mais textos sobre felicidade no trabalho, sobre largar tudo e ir viajar, largar tudo e empreender ou fazer parte da maioria e ficar preso no escritório lendo essas matérias e sonhando com a liberdade, mas será que estamos frente a uma crise grupal? Uma crise de identidade em que muitas das pessoas que eu conheço raramente respondem que amam o trabalho, acho que 80% não curte o que faz e largaria tudo para seguir um sonho, não sei.
Eu já escrevi sobre insatisfação no trabalho e sobre crise, mas venho amadurecendo a ideia de que tudo isso é uma fase e ou se aceita ou se toma uma posição de mudança, seja para outro emprego ou seja para o empreendedorismo, mas também muitas vezes me pego pensando, será que ao entrar em um emprego novo, daqui a 2, 3 anos a sensação e cansaço interminável, de frustração não vai voltar? Afinal você já deve ter ouvido de algum colega de trabalho: “todo lugar é a mesma coisa”, não sei.
E nos relacionamentos? Uma fragilidade se instalou, uma dificuldade de se relacionar tão grande, e quando o namoro finalmente acontece, passam-se os 2, 3 anos e começa a bater aquela sensação incômoda, onde o que no início era uma beleza, agora já é irritação, quando você achava bonito ela dormir toda esparramada na cama e hoje você quer matá-la toda vez que ela passa alguns milímetros do espaço delimitado para cada um na cama.
Será que a vida é assim mesmo? De tempos em tempos temos que descartar as relações emocionais e trabalhistas que não nos convém mais? Será que essa sensação não vai passar nunca? Não sei.
Será que existe vida e bons frutos depois dos 2, 3 anos de trabalho ou de namoro? Devemos nós insistir nessas relações? Devemos ser mais pacientes? Não sei.