/ Damien Rice

11set

Não precisamos parar de ter medos

gossip

Ed Westwick e Leighton Meester, como Chuck Bass e Blair Waldorf, em Gossip Girl.

[Você pode ler esse texto ao som de Trusty and true, do Damien Rice ♫]

Vocês vão concordar comigo quando digo que sempre traremos as experiências e os medos do passado para nossos relacionamentos atuais e futuros. A Taína já falou sobre isso aqui no blog e eu quis trazer esse assunto novamente a nossa pauta diária após escutar (repetidas vezes) a música Trusty and True, do Damien Rice.

A música me fez pensar nessa fase que estou e em varias outras que já passei, sobre como eu trouxe medos e regras prontas para os novos relacionamentos e o quanto isso é normal. É completamente normal você ter medo de se machucar, pois já deixamos de ser jovens, perdemos aquele brilho e aquela vontade forte de mudar tudo e queremos apenas ficar bem. O modo como amamos não muda, a gente continua amar o outro muito, mas o medo complica tudo e faz com que as regras prontas falhem ao serem usadas em outros momentos.

Acho que a fase que estou passando hoje, que faz parte de um aprendizado, me coloca como protagonista da história dessa música. Não sei se vai passar ou serei assim por muito tempo, sei que estou gostando disso. Eu meio que aprendi a lidar com essas coisas, aprendi a lidar com esse medo todo e hoje estou convidando uma pessoa a vir com todos os seus medos e seus anseios pra minha vida. É como diz Damien Rice na letra:

Come, come along
Come with fear
Come with love
Come however you are

Just come, come along
Come with friends, come with foes
Come however you are

Parece que chega um momento de nossas vidas que algo corta nossas asas, tira aquela vontade imensa que temos de fazer tudo. É trabalho, aluguel, contas, pressão da família, relacionamento com amigos, temos tanta coisa para nos preocupar, que não temos tempo para deixar que o medo entre nesse nosso novo cotidiano. Mas é uma bobagem, né?

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Eu estava conversando com uma amiga, falando sobre estar apaixonado, sobre o medo de perder alguém e ela me disse algo que achei lindo. Ela disse que sentia falta de sentir medo, de se apaixonar e não pensar em mais nada. Acredito que o mundo precisa de mais pessoas dispostas a sentir medo, pois existem pessoas que estão completamente abertas para lidar com nossos medos.

Hoje eu não estou com medo de me envolver, estou aqui pronto para lidar com o medo de outra pessoa, para ajudar da forma que fui ajudado, para ensinar algumas certezas e aprender outras incertezas. Me acho tão adulto falando isso, que as vezes não me reconheço.

Não precisamos parar de ter medo, sabe? Medo é bom. Nós precisamos saber lidar com ele e entender que existem pessoas ao nosso redor com medos maiores ou capazes de nos ajudar com o nosso. Então, se você ama pode ir com medo! Vai com amor, vai como você é, leva sua bagagem, mas não tenta levar as mesmas regras.

Vai com medo, mas vai logo.

03set

As coisas que eu odeio em você

Postado por às em Eu Você e Eles
Julia Stiles e Heath Ledger em cena do filme 10 Coisas Que eu Odeio em Voce, de 1999

Julia Stiles e Heath Ledger em cena do filme 10 Coisas Que eu Odeio em Voce, de 1999

[Você pode ler esse texto ao som de The Blower’s Daughter, do Damien Rice]

Eu não ligo para aquele seu chapéu feio, ou aquela forma que você fala enquanto quer impressionar. Eu não me importo com seu jeito bobo e não fico bravo naquelas vezes que você some apenas para eu ficar com saudades. Eu não reclamo quando você ronca alto e me acorda durante a noite toda e muito menos quando escuta música quando estou dormindo.

Eu não fico nenhum pouco bravo quando você esquece de colocar o sal na comida, ou quando você vai pro fogão e estraga tudo. Eu só dou risada e te ajudo a arrumar a bagunça. Não me importo quando te chamo pra jantar e você prefere pedir pizza.

Eu não me importo nada com seus defeitos, eles não me incomodam. Na verdade essas características te moldaram e transformaram na pessoa que eu gosto. Nessa pessoa normal, acredito devo agradecer por todas elas. Imagina se você fosse perfeito e eu não tivesse do que reclamar?

Uma vez assisti um filme em que a mocinha dizia para o mocinho “você pode continuar com seus defeitos, por favor continue com eles. Se você for perfeito eu não tenho motivo para ir na terapia”, eu dei uma risada de felicidade e pensei que a vida é exatamente assim, a gente gosta desses pequenos problemas e pequenos defeitos.

Eu poderia listar as coisas que odeio em você e aquelas coisas que me irritam, mas enquanto faço isso eu lembro de cada parte desse seu jeito e dou sorrisos. Você é tão perfeito nessa sua imperfeição, que as coisas que odeio em você se tornam tão pequenas. Nesse momento eu paro para pensar e chego a conclusão que essa lista não existe.

Esse texto faz parte do projeto Eu, Você e Eles.

06ago

A vida é uma canção triste

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Oscar Isaac em cena do filme Inside Llewyn Davis – Balada de Um Homem Comum, de 2013

[Você pode ler esse texto ao som de The Professor, de Damien Rice ♫]

Quando era criança escutei uma pessoa chamar a outra de “infeliz”, ao ouvir isso virei para minha irmã mais velha e disse “nossa, mas o que é infeliz? Que xingamento bobo”, ela olhou pra mim e respondeu devagar “existe algo pior do que não ser feliz?”.

A partir desse momento eu sempre me pego pensando nisso e há vários anos venho sendo feliz em todos os momentos, sempre tento tirar algo legal ou bonito de tudo, independente qual seja aquela situação. Assim, venho me obrigando a ser feliz dia após dia, pois ser triste seria a pior coisa que existe.

Não sei acontece com todas as pessoas, mas ultimamente eu tenho pensado muito em como todo mundo anda infeliz. São problemas no trabalho, de relacionamento, com a família, com a sexualidade, com o dinheiro… São tantos problemas que geram tristezas que a gente nem consegue contar. Ainda mais se você for como eu, e fizer parte do seleto grupo de pessoas “alegremente melancólicas”. As coisas andam tão estranhas que chego a pensar que o mundo tem conspirado para nos deixar para baixo.

E não é só entre nós mesmos, é estranho a nossa relação com as pessoas ao redor, pois sempre que chegamos a um lugar e somos cumprimentados com um “Tudo bem?”, respondemos automaticamente “tudo e você?”, a pessoa confirma que está tudo bem com ela e pronto, acabou aquela pequena obrigação social. Você não queria saber se a pessoa estava bem e provavelmente ela também não estava nenhum pouco interessada em saber da sua vida, saúde ou dos seus problemas, ela só queria parecer educada e foi. E assim seguiu a vida dos dois.

Estranho isso, não é? As pessoas te obrigam a dizer como você está, mas ao mesmo tempo, não estão interessadas em saber. Pensa como é legal quando alguém olha pra você e questiona esse seu olhar vago, ou até aquele seu sorriso bobo. Mas as pessoas não ligam mais, elas (ou eu, você) estão completamente focadas na sua vida, nos seus problemas na sua canção interna.

Eu ainda levo muito em consideração o que minha irmã disse anos atrás, mas hoje eu acredito que a infelicidade faz parte da vida e que ela é essa canção triste que nos embala. Ela chega cheia de boas intenções, mas as vezes nos decepciona. Enquanto a letra que te cria expectativas, a melodia te coloca para baixo.

16jul

Você foi aquela pessoa

Postado por às em Amor, Eu Você e Eles, Relacionamento
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Jude Law em cena do filme Closer, de 2005

[Você pode ler esse texto ao som de The Blower’s Daughter, de Damien Rice ♫]

Não sei quanto tempo demorei para perceber isso, mas chegou um momento em que me dei por vencido e concordei com aquilo que me perseguia a tempos: você foi aquela pessoa.

Nós teremos várias pessoas em nossa vida, porém uma delas é a pessoa certa e um dia a gente sempre sabe disso. Teríamos muita sorte se isso fosse recíproco, se quando encontrarmos a pessoa certa, ela também nos encontre. Mas se não foi assim, carregaremos aquela pessoa em nossos ombros por onde andarmos e viveremos “com ela” para sempre. A vida é exatamente assim, eu acho. Ganhamos, perdemos e continuamos a jogar.

Demorei para perceber que você é aquela pessoa que minha alma escolheu para compartilhar tudo. Na verdade só percebi isso quando você estava há quilômetros de distância de mim, quando o “nós” não existia mais, (na verdade ele existia – ou ainda existe – apenas dentro de mim). E agora era só eu, você e eles.

Eu vivendo minha vida, você vivendo a sua e eles tentando encontrar alguém, até o dia que esbarrarão em nós. Formaremos pares sim, pois eu não me fecharei para o mundo. Afinal, eles estão por aí a procura daquela pessoa que pode ser eu. E mesmo que eles não sejam a minha pessoa eu posso tentar. Não será difícil.

É estranho chegar a uma conclusão dessas, mas hoje eu sei que a minha pessoa não é exatamente minha, ela é de outro. Eu poderia te odiar por isso, odiar tudo que passamos e todo esse meu sentimentalismo, mas eu dou sorrisos enquanto penso em ti. Afinal, foi você que eu, sem querer, escolhi para amar.

Por muito tempo tive você como o objeto ausente na minha vida, como aquele ser que não existe, mas continua ali, me espreitando e me acompanhando por todos os lados. Só que hoje eu aprendi a lidar com isso e mesmo não deixando de te amar eu consigo ser feliz com outros. E sabe, eu não os amo de uma forma diminuída. Eu posso amar bastante e ainda assim consigo te carregar comigo. Não me canso, sabe?

Quando penso sobre isso, eu imagino o quão sortudos são aqueles apaixonados que encontram sua pessoa e são encontrados ao mesmo tempo. Tipo encontrar sua metade, ou sei lá como as pessoas chamam isso, pra mim seria como ganhar na loteria. Eu estaria rico.

Essa não é uma história triste, não é um drama. Se eu fosse categorizar essa minha história com você, diria que é um romance. Nada muito épico, sabe? É tipo aqueles filmes que são feitos para a TV fechada, eles passam despercebidos por uns, mas aquece o coração de outros.

O mais importante disso tudo é que eu estarei pronto quando eles chegarem, pois já aprendi a lidar contigo e quando isso acontecer você será apenas um dos meus demônios.

*Esse texto faz parte do projeto “Eu, Você e Eles“.

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