Por que nós desistimos facilmente?
[Você pode ler esse texto ao som de Same Mistake, do James Blunt ♫]
É muito claro que a geração dos nossos pais é muito diferente da nossa, enquanto eles eram mais acostumados com o dia-a-dia, a realidade e aceitavam mais o rumo da vida, nós somos inquietos, trocamos de emprego com frequência e amamos muito mais. Estava pensando nisso, no “amar muito mais” que estamos acostumados, em todos os relacionamentos que tive, todas as paixões que me encheram o peito e também nos relacionamentos de amigos e notei que nós desistimos tão rápido.
Isso não é exclusivo de relacionamentos, é em todas as áreas, só que me incomoda muito lidar com isso na parte dos relacionamentos, sabe? Parece que não temos tempo para esperar que as coisas fiquem bem, que não temos paciência ou jogo de cintura. Queremos que tudo aconteça tão rapidamente e no final nada acaba acontecendo. Enquanto queremos ganhar tempo, acabamos perdendo tudo. Eu acho triste.
Já imaginou quantos relacionamentos você deixou passar por desistir fácil? Talvez a pessoa tinha uma característica X que você não gostou e foi embora. Talvez os gostos fossem diferentes e você acabou indo embora. Talvez você não se sentia bem com os amigos dela e decidiu partir. Tem tantos motivos que nos fazem desistir de relacionamentos, motivos que parecem muito sérios no momento da decisão, mas acabam sendo bobos no futuro.
Eu já falei aqui no blog sobre ser a ponte de alguém, falei que havia decidido que não faria mais isso, que não seria aquele que leva uma pessoa para o outro lado, para que ela fique bem. Sim, eu não quis ajudar uma pessoa. E depois vi que fui burro, fiz algo baseado em uma experiência anterior que me fez “perder” aquela pessoa. Eu decidi desistir facilmente pois o cara que eu ficava não era assumido e eu já tive problemas com isso e não queria repetir o problema. Só que um dia ele me disse “você poderia ter me ajudado e não ajudou”. Eu não me arrependo de ter desistido, sabe? Mas poderia ter acontecido algo tão legal nessa relação e eu acabei perdendo tudo. E o pior de tudo é que nós não aprendemos.
Esses dias eu postei no Twitter algo que me fez rir muito, algo bobo e meio triste. Eu publiquei que minha vida era uma música ruim do James Blunt, essa mesmo que eu indiquei no post pra vocês lerem. Parece que a todo o momento estamos querendo uma segunda chance, mas sempre cometemos os mesmos erros. A gente desiste do relacionamento, desiste do amor, das histórias que poderíamos viver e acabamos cometendo os mesmos erros de novo.
Sabe quando você pediu aquele tempo para seu namorado (a) e ficaram aqueles dias sem estar namorando, mas voltaram depois? Você não parou de pensar no que ele (ou ela) fez durante esse tempo que ficaram separados, aquilo te corroeu e te deixou paranoico, você chegou e perguntou se “aconteceu algo enquanto não estávamos juntos” e a resposta fez você desistir. Pensa como é burro isso? Você deu espaço (ou pediu espaço) e não gostou do que aconteceu durante esse tempo e isso fez com que você desistisse de tudo. É louco né?
Parece que nós não estamos contentes com o que temos, sempre queremos mais e no final acabamos cometendo os mesmos erros, fazendo as mesmas escolhas e desistindo fácil. Queremos morrer de amores como os autores das músicas que gostamos, dos filmes que assistimos e dos livros que a gente lê, mas desistimos desse amor.
Hoje eu não queria desistir de nada, mas a história vai me levando a tomar essa decisão. Como diz Damien Rice em The Professor “Here’s to another relationship…“.