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01dez

Meus amores passageiros

Postado por às em Amor, Sexo
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Louis Garrel e Grégoire Leprince-Ringuet em cena de Canções de Amor, filme de 2008

[Você pode ler esse texto ao som de Amsterdam, do Imagine Dragons ♫]

Hoje eu me apaixonei. Sabe aquela coisa que sobe na gente quando estamos olhando pra pessoa? Não, eu não estou falando de tesão, estou falando de paixão mesmo. Aquela mistura do sentimento sexual com carinho. Eu o queria, queria ignorar todas as pessoas que estavam ali e ficar com ele, ali mesmo, sem pensar duas vezes. Sem pestanejar. Hoje eu me apaixonei.

Ontem eu me apaixonei. Foi lindo ver o sorriso dele enquanto eu o olhava, a barba não conseguia esconder as covinhas daquele riso tímido, ele não estava exatamente respondendo aquele meu amor passageiro, só estava contente em ver que alguém poderia olhá-lo daquela maneira. Eu queria sair dali e ir pra casa com ele, mas sabia que entre todas as opções, isso é impossível. Aquela breve paixão era só pra me alegrar (e alegrá-lo) nesse dia cinza de São Paulo. Mas foi real, ontem eu me apaixonei.

Amanhã vou me apaixonar. Provavelmente sairei de casa atrasado para o trabalho, não vou conseguir pentear a barba como quero, ela estará um pouco bagunçada, mas não eu ligo. Eu entrarei no segundo metrô que parar, pois o primeiro estará mais cheio e lá estará ele. Não é o mesmo de hoje e nem o mesmo de ontem, ele é diferente. Só que algo nele, diferente dos outros, me faz sentir aquela paixão. Não sei se será a barba ou aquele formato meio bagunçado do cabelo. Pode ser até a forma como ele lê o livro que estará em suas mãos, ou aquele brinco tímido e pequeno na orelha esquerda. A única certeza que tenho é que amanhã me apaixonarei.

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Louis Garrel, Ludivine Sagnier e Clotilde Hesme em cena de Canções de Amor, filme de 2008

Todos os dias, encontramos diversas pessoas diferentes e algumas delas nos chamam muita atenção, nos fazem nos apaixonar por segundos ou minutos. Às vezes acontece aquele cena que dura apenas um instante, aquele momento que você olha uma pessoa e a segue com o olhar, sorri e continua seu caminho. Aquele instante de paixão significou tanto, fez você sorrir e respirar fundo. Comigo acontece sempre, sei que é meio que uma auto enganação, mas ao mesmo tempo é bom.

Esses amores passageiros, mais conhecidos como “amores de metrô” já fazem parte do meu dia-a-dia. Eu sempre brinquei nas redes sociais sobre os amores de metrô e ontem essa pauta foi indicada por um leitor do blog e eu pensei em escrever sobre. Todos os dias eu me apaixono nos metrôs da vida, são tantas pessoas diferentes, tantas histórias escritas naqueles rostos marcados pela vida. E eu adoro histórias e adoro imaginar o que eles estão pensando, eu gosto de olhar pessoas, gosto dessa sensação que a paixão passageira nos dá, gosto daquele sentimento de querer que vem e vai tão rápido que nem sabemos quando e onde vai começar e acabar.

Gosto de me apaixonar todo dia. Hoje eu me apaixonei e você?

12nov

Apenas uma noite

Postado por às em Amor, Eu Você e Eles, Relacionamento
Keira Knightley e Guillaume Canet

Keira Knightley and Guillaume Canet em cena do filme Apenas uma Noite, de 2010

[Você pode ler esse texto ao som de Modern Man, do Arcade Fire ♫]

Ele se arrumou, colocou a melhor roupa e tomou banho com aquele perfume caro. Estava carente, precisa de atenção e tinha a necessidade de ter alguém em seus braços naquela noite. Não sabia quem, só sabia que queria ser amado e sentir alguns momentos de carinho e afeto. Ao encontrar os amigos fez as piadas de sempre, bebeu, dançou, bebeu de novo. A companhia dos amigos o fazia muito bem e ele sabia disso. Eles eram muito animados e ele adorava aquela bagunça, mas isso não era satisfatório, ele precisava sentir aquele amor da carne, aquele amor que fere, que machuca e que cura a solidão pelo menos por alguns momentos.

Ele tentou o primeiro, o segundo e o terceiro. Não estava satisfeito, queria sentir aquele sentimento de adolescente e tentava – desesperadamente – encontrar um amor naquele lugar fechado, com música alta. Acreditava que a bebida ajudaria e ajudou. Não foi fácil, mas em algum momento estava ele nos braços de alguém, não sabia seu nome (ainda) mas sabia que havia acertado, que a noite seria boa e que aquela ficada na balada renderia. Mas o que ela renderia?

Foram para seu apartamento, não era tão longe chegar. Demorou apenas 10 minutos dentro de um taxi, onde conversaram sobre seus trabalhos, os amigos que o acompanhavam e sobre coisas bobas. Ele estava animado pra passar a noite acompanhado, fazia tempo que isso não acontecia.

Sam Worthington e Eva Mendes

Sam Worthington e Eva Mendes em cena do filme Apenas uma Noite, de 2010

Chegaram em seu apartamento, começaram a se beijar e tudo rolou como o esperado. Transaram, fumaram cigarros e transaram de novo. Depois foram para o banho e aquele sentimento de querer ver o amor e ter carinho, atenção e afeto foi indo embora. Após o sexo ele olhava para alguém desconhecido em sua casa e pensava “até quando seria assim?”, até quando ele procuraria o amor e o perderia depois do gozo final?

No outro dia, ele usou uma desculpa qualquer para a pessoa ir embora cedo, disse que sua mãe viria a sua casa, ou um de seus amigos estaria chegando de viagem, nem ele lembra na verdade qual foi a desculpa, mas conseguiu se livrar da visita indesejada.

Após uma semana, ele recebe uma mensagem da sua companhia daquela noite. Estava sendo convidado para um jantar. “Jantar?”, pensou ele. Como poderia baixar a guarda ao nível de passar duas horas encarando uma pessoa que não conhece? Como poderia fazer piadas e conversar sobre a vida com alguém desconhecido? Como poderia comer e conversar com aquela pessoa? A resposta foi uma negativa invasiva, ele inventou uma desculpa. Como poderia aceitar esse convite? Foi só uma relação de uma noite, pensava ele após digitar uma resposta qualquer e tirar a pessoa da sua vida.

No final de semana seguinte, ele escreveu uma mensagem para seus amigos convidando-os para a próxima festa, ele estava precisando de companhia e não queria passar a noite sozinho. Ele não sabia lidar com as pessoas, mas também não sabia lidar com si mesmo. Ele não sabia de nada.

17set

Desde quando gostar de sexo é errado?

Postado por às em Relacionamento, Sexo
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Charlotte Gainsbourg em cena do filme Ninfomaníaca, de 2013

Você pode ler esse post ao som de I’m Your Doll, da FKA Twigs.

Já passei por situações em que eu e a outra pessoa queríamos terminar a noite da mesma forma: fazendo sexo e dormindo juntos. Só que ao verbalizar isso com o convite “vamos para minha casa“, ou aquela brincadeira “na minha casa ou na sua?” fui julgado. Julgado por mostrar com minhas palavras o desejo que já era implícito.

Há alguns meses estava ficando com um mocinho, que era muito legal. Só que nossa relação era apenas sexual, não íamos para o cinema, não passeávamos no parque do Ibirapuera, não praticávamos um esporte juntos, só que um dia – depois que a relação havia acabado – escutei algo que me frustrou. Ele me disse que eu era “muito sexual”, que toda nossa relação se baseava em sexo. Eu respondi que sabia disso, que nossa relação era sexual e que sempre achei que era apenas isso que queríamos. Mas ele queria outra coisa, nunca me disse e nunca agiu de forma diferente. Ao final dessa nossa “relação”, eu acabei sendo o cara que não quis tentar e só queria sexo, só queria ter o corpo de outra pessoa junto ao meu.

Sinceramente não vejo problema nisso, eu realmente não ligo de, às vezes, querer só isso. Mas, ao não ver problema nisso, sou julgado, pois eu verbalizo aquele desejo que tenho. Aquele desejo que outro tinha, que você tem, que toda pessoa tem. Eu não tenho vergonha de entrar numa relação apenas sexual e não preciso negar isso. Mas parece que algumas pessoas precisam e, mesmo não querendo ter outro tipo de relação, não conseguem admitir que estão em uma relação apenas pelo sexo.

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Certa vez, quando eu namorava, fui questionado sobre sexo a três. Ele me perguntou “você topa?”, eu – taurino que sou – respondi não de pronto (na minha cabeça) e depois fiquei pensando e falei “pode ser, mas precisamos definir algumas regras”. Ao responder o afirmativo, fui julgado por “ter aceitado uma proposta dessas”, que na verdade era um teste. Na hora eu pensei: ONDE ESSE MUNDO VAI PARAR?

Novamente fui mais sexual que o outro.

Tem sexo na novela, sexo nos filmes, sexo em séries de TV, mas ainda querer fazer sexo pelo simples fato de querer fazer sexo parece um tabu? Acredito que não existe nenhum problema em fazer a quantidade de sexo que você quer fazer, se isso for saudável e feito com segurança, qual o problema de querer e verbalizar isso? Se duas pessoas estão numa relação só pelo sexo, temos duas pessoas numa relação só pelo sexo e pronto, os dois estão concordando nisso e não há problema.

Não sei qual a necessidade que as pessoas têm de se mostrar mais pura que o próximo, sendo que todos queremos apenas “relaxar e gozar” ao final do dia.

Eu, por exemplo, gosto de sexo como qualquer outra pessoa. Tenho milhares de outros atributos além desse meu lado sexual (sou carinhoso, romântico, brincalhão…), mas algumas pessoas que passaram pela minha vida só conseguiram enxergar o lado sexual. Ao escutar isso, algumas vezes, cheguei até ficar triste. Mas depois pensei direito e cheguei à conclusão que estou sendo sincero com o que estou sentindo e fazendo aquilo que quero fazer. Sendo sexo, carinho ou um esporte junto.

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